segunda-feira, 24 de agosto de 2015

"ASSIM QUE A BANDA TOCA"

Texto Luís Pimentel
Ilustrações Sandra Serra
Roda e Cia Editora

Tudo começa quando o show acaba, quando o público vai para casa descansar e os músicos saem para comemorar. Os instrumentos aproveitam para
conversar.

O pandeiro - que se considera o mais animado, mais  brincalhão e mais brasileiro dos instrumentos,conta que os músicos saíram contando vantagens,
sem conhecer a verdade, que são os instrumentos que dão tom as emoções.

O violino pede a palavra, e diz que está na hora deles se posicionarem, exigir cuidado e afinação, pois os músicos precisam tocar eles direitinho, afinal eles não são cordeirinhos.

O trombone entra na conversa, reclamando que muito toca sem ganhar nenhum tostão.
A flauta argumentou que eram eles as estrelas do espetáculo, é o calor, a energia.
Que pensam que são apenas instrumentos, e que são usados para mostrar os seus talentos.

E nessa discussão entrou também o Clarinete, o Fagote, o Clarim.
O pistom, a viola, a harpa e o tamborim.
A cuíca e o berimbau, o triangulo, a sanfona e a zabumba.
A Tuba e o xilofone. O trompete e o saxofone.

"Nós é que dizemos como é que a banda toca!
Os instrumentos são o rio e a pororoca, nós é que dizemos como
é que a banda toca!"

E assim foram se repetindo, não sei quantas vezes, e sem que eles percebessem
os músicos já estavam de volta para o ensaio.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntou o violonista.
- Que maluquice é essa? - quis saber o flautista.
- Vocês enlouqueceram? gritou o tocador de saxofone.

Então os instrumentos repetiram
"Os instrumentos são o rio e a pororoca, nós é que dizemos como
é que a banda toca!"

Então os músicos sentaram-se no canto do palco e ficaram assistindo, quietinhos,
ouvindo como era que a banda tocava. E gostaram muito do que viram.
Gostaram tanto que no ensaio do dia seguinte foram os instrumentos que tocaram
o tocador.

 Encontrei o livro (pesquisa internet) por R$ 31,30 no site da Livraria Saraiva.

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